Uma história de (des)amor que não
é a minha - parte XIX
***Maria***
Hoje fico por casa, eles vão às piscinas, a
Camila tem medo de ser picada, por isso como cavaleiros que são vão-lhe fazer a
vontade, ou simplesmente também terão medo, mas eu vou acreditar que é por
serem mesmo cavalheiros.
E como a noite de ontem foi fantástica tenho éne
de pensamentos positivos por isso, vou agarrar no telefone e ligar ao senhor
meu pai. Está a chamar…
Santiago: Estou?
Maria: (Hesito
um pouco) … Sim?
Santiago: Quem
fala?
Maria: Sou eu,
já não me reconheces?!
(Oiço uma respiração estranha, o meu pai a
chorar?!)
Santiago: Claro que
reconheço princesa… Como é que estás?
Maria: Estou
bem! Mas não melhor do que tu, que nem da tua família te recordas
Santiago: Maria,
não é bem assim querida.
Maria: Claro
paizinho, foi por isso que partiste e as promessas não passaram disso mesmo
promessas!
Santiago: O pai tem
de te explicar tudo, mas por telemóvel não pode ser, tu já estás crescida acho
que vais compreender…
Maria: Pois
estou crescida. Mas cresci sem o apoio do meu pai, sabes quantas e quantas
vezes chorei por não te ter por perto? Sabes quantas vezes esperei sentada à
porta de casa? Quantas vezes desejei ter-te aqui só para te dar um simples
abraço, só para me aconchegares e enxugares as lágrimas Sabes?!
Santiago: Sei sim
Maria.
Maria: Não, não
sabes. Porque se soubesses agarravas no telemóvel e ligavas, apanhavas o
primeiro avião e vinhas visitar-me, a mim, à mãe e à avó. Magoaste-nos muito.
Todos os dias sofremos silenciosamente por ti. Elas não me dizem mas eu sinto.
E a avó com o olhar triste não engana ninguém…
Santiago: O pai vai
a Portugal o quanto antes
Maria: Agora é
que te importas? Ou melhor dizes que importas porque eu já não acredito nas
tuas pseudó-promessas
Santiago: Querida,
tu vais perceber, sei que a tua mãe te deu a devida educação para tal e eu
também não falhei enquanto estive perto de vocês. E não sejas injusta, tenta
perceber porque parti.
Maria: Eu já
tentei mas não consigo, não vejo razão nenhuma para o que fizeste, tento ver
onde errei e nada não encontro erro algum para tal acto.
Santiago: Eu
prometo Maria que vou ter com vocês o mais rápido possível para explicar tudo,
e acredita que não deixaria as mulheres da minha vida por algo insignificante,
e se soubesses a vontade que tenho todos os dias de vos abraçar, de vós dizer
que foram as coisas mais importantes da minha vida.
Maria: Claro…
Santiago: A tua mãe
foi e é o grande amor da minha vida, tal como tu filha. E a tua avó… Eu não vos
queria deixar, mas a vida nem sempre é correcta, nem sempre é justa.
Maria: Tudo isso
são fragmentos de uma história mal contada, de uma realidade adulterada que eu
não consigo entender por mais que tente. Mas vou dar-te a oportunidade de te
explicares, mas por favor não me voltes a desiludir. Não me faças fazer figura
de parva à tua espera quando na realidade não queres vir. Só quero que sejas
sincero.
Santiago: E é isso
que vou ser. Quero que vocês entendam tudo. E não vais ficar à espera, assim
que o pai possa apanha o primeiro avião e vai ter com vocês.
Maria: Estou em
casa da avó…
Santiago: Fazes
bem, tens da apoiar, tem todas de se apoiar umas às outras, tal como vos
ensinei. Eu queria tentar ensina-las a viver sem mim antes de partir, mas não
consegui, não fui capaz. Acho que não era correcto.
Maria: Claro,
então preferiste deixar tudo para trás sem fazeres nada, sem lutares por nós.
Eu que sempre tentei perceber onde falhamos como família mas nada. Sempre que
me ias levar à escola com a mãe as minhas colegas ficavam ruídas de inveja,
porque éramos uma família perfeita, sempre com muito amor para dar, porque
quanto mais dávamos mais tínhamos para dar… Mas como dizes a vida pregou uma
partida, não é assim?!
Santiago: É sim
querida, tu vais compreender, eu sei que vais, tal como a mãe e a avó e vamos
voltar ao que éramos
Maria: Achas que
vamos?! Achas que a mãe quer um sapudo de volta? Que a abandonou com uma filha
de oito anos nos braços para ir para sabesse lá onde?! Provavelmente já terá
tido outras mulheres que ocuparam o seu lugar. (Começo a chorar)
Santiago: Oh meu
amor não tenho ninguém, vocês sempre tiveram no meu coração e iram sempre cá
estar caso a tua mãe queira-me ou não de volta, mas isso não impede de estar
presente na tua vida
Maria: Eu vou
sempre esperar por ti pai, sempre quer queiras-me na tua vida ou não, mas estou
cansada de sofrer, entendes?
Santiago: Se
soubesses as saudades que tenho vossas, as dores que tenho. Depois do dia que
tive hoje soube tão bem ouvir a tua voz, vai dar-me força para ultrapassar mais
outros dias de batalha, e assim que puder vou ter com vocês.
Maria: Eu espero
por ti
Santiago: Eu
prometo-te meu amor, mas até lá cuida da mãe e da avó por mim. És a minha
heroína, e a tua mãe fez um óptimo papel de pai e mãe, casei-me com a melhor
mulher.
Maria: Sim isso
é verdade, escolheste bem a família, mas não foste um bom pai.
Santiago: Não vamos
falar mais nisso, o pai vai voltar, e falar-te de tudo, não te quero esconder
nada.
Maria: Agora vê
se cumpres essa promessa. Vou ter de ir andando, tenho de ir ajudara avó, não
tarda muito está ela a chegar com as compras, mas quando puderes vai dando
notícias.
Santiago: Vai lá
então, fica descansada. Beijinhos princesa.
Maria: Beijo.
Desligo a chamada. Descansada é certo que não
fico, afinal de contas esta não seria a primeira promessa que ficaria por
cumprir, mas vou dar-lhe o benefício da dúvida. Mas acho estanho porque é que
ele nos deixou, e porque aquela conversa toda? Tenho um pressentimento negativo
em relação a isto tudo, só espero é que não seja nada de grave.
Migalhas
Felizes.
adorei!
ResponderEliminar