Uma história de (des)amor que não é a minha - parte XVII

***David***

Isto é tudo fantástico, a avó da Maria é um mimo, nunca conheci senhora tão simpática e de bem com a vida apesar das rasteiras que a vida lhe pregou… Mas preocupa-me o facto de a porta do quarto de Maria estar fechada a horas e eu aqui deste lado à espera que ela saia…
André: Olha David desculpa, será que podias ir falar com a Maria p’ra irem dar uma volta para preparamos tudo?
David: Não queres ir tu?  Prefiro ficar aqui a ajudar o pessoal
André: Por mim é na boa, desde que seja para animar a nossa pequena está tudo tranquilo
David: Ahaah, mesmo a sério. Vá então força vai ser se a arrancas daquele quarto
(…)

***André***

Espero que não seja assim muito complicado “arranca-la” do quarto, já seja como for tem de sair a bem ou a mal ou não me chamo André.
Respiro fundo e bato à porta
Maria: Quero estar sozinha avó…
André: Maria é o André, posso entrar?! (Entro mesmo sem ela responder)
Maria: Já entraste
André: Porque sabia que não me querias cá, e eu quero-me cá.
Maria: Ahaah, opah. Não é nada disso, não sejas tonto
André: Desde que te faça rir até posso ser o maior tonto do Mundo que não me ralo minimamente.
Maria: Oh, és um anjo André, não sabes como é bom ter amigos assim.
André: Então pronto o “amigo bom” vai levar a menina a ver uma coisinha muito requintada
Maria: Onde é que vamos?
André: Já vais ver quando chegarmos
Maria: Oh diz lá, quero saber
André: Quanto mais depressa te levantares dessa cama mais depressa sabes o que é
Maria: Assim já não és bom…
André: Não interessa bora, ou tenho que levar-te ao colo?
(…)
Na rua…
André: Escolhe onde queres ir
Maria: Então mas tu disseste que me ias mostrar uma “coisinha requintada”
André: Sim, mas essa coisinha requintada é requintada em qualquer parte
Maria: Então pode ser à beira da praia
André: Tu mandas.
Sentados, na praia…
Maria: Então e essa coisinha requintada?
André: Deita-te olha para cima, e observa como a lua e as estrelas estão brilhantes hoje…
Maria: A lua está fantástica, cheia, como eu gosto.
André: É não é?! E a estrela mais brilhante queria ficar em casa, que toina
Maria: Mau! Tu vê lá.

***Salvador***

Isto está muito à Maria, só espero é que ela seja da mesma opinião, e que adore. Ela bem merece e nós como amigos dela só a que queremos ver feliz.
Salvador: Bem pessoal, vejo que já está tudo ok, vou mandar mensagem ao André. P’ra trazer a nossa pequenita

Mensagem para: André
A nossa fotografia ficou fantástico paneleiro

Mensagem enviada.

Tive de inventar qualquer coisa que ele entendesse que a podia trazer de volta a casa sem que ela percebesse qualquer coisa.

***André***

Este Salvador pensa em tudo, até na pseudo-mensagem de regresso pensou.
André: Vamos para casa já está a ficar frio
Maria: Para mim tu mandas, já tenho a energia em altas, para mais uns diazitos
André: Ai sim?! Folgo em saber, agora anda, vá que levo-te às cavalitas
Maria: Ahaah, sou muito pesada, não consegues
André: Ahaah, tu és um porta-chaves até debaixo do braço levo-te
Maria: Cala-te tu ó…
André: Ó que?! Vais bater é
Maria: Opaah!
André: Olha que faço-te cócegas
Maria: Cócegas não, tudo menos isso
André: Então vá anda e cala-te bina.

***Maria***

Este passeio nocturno ajudou-me a pôr os pensamentos em ordem, sabe tão bem ter amigos assim, amigos que se preocupam connosco, com o nosso bem-estar. E eu não me posso queixar. Posso não ter muitos mas tenho os suficientes para ser feliz, não me interessa a quantidade mas sim a qualidade, sempre foi isto que me ensinaram e não podia estar mais de acordo. E acho que nunca ninguém me levou às cavalitas com tanto orgulho e uma felicidade brutal.
André: Tens a chave?
Maria: Sim, toma. Põe-me no chão assim não consegues abrir a porta
André: Haverás de dizer-me o que é que não consigo fazer.
Maria: Que estranho está tudo apagado por aqui, onde é que foram todos?
André: Não faço ideia.
Todos: SURPRESA!

Migalhas Felizes